LOBISOMEN
O HOMEN LOBO-LICANTROPIA EXISTE?

A licantropia é uma doença mental que provoca desdobramento de personalidade. O indivíduo comporta-se como um lobo.
No século XVII ocorreram muitos casos dessa doença. A associação entre a lua cheia e a loucura
assassina vem daquela época. Em 1573, um decreto do Parlamento de Dôle, na França, determinava que
fossem abatidos os lobisomens. Os mais propensos à licantropia eram filhos de padres, punidos
sobrenaturalmente com uma maldição, pelos pecados cometidos por seus pais, contra a igreja.
Era comum, entre os camponeses, evitar passeios nas noites de lua cheia. Fechavam as cortinas prevenindo-se
de ataques ou transformações. Temiam não apenas sofrerem o ataque de um lobisomem, mas também que se
transformassem.
Curiosamente na medicina há uma referência que explica de forma bem concreta a “transformação” dos
licantropos: A doença Lupus. Lupus não é uma referência direta ao lobisomem, a doença ataca o rosto com
manchas e feridas doloras. Os portadores da doença não podem sair durante o dia, pois as lascerações na
pele são sensíveis a luz do sol. Muitas vezes a Lupus vem acompanhada de outra doença chamada
hirsutismo, que é o crescimento excessivo de pêlos, pode manifestar-se de forma isolada ou em todo o
corpo. Imagine um indivíduo com lupus e hirsutismo, condenado a andar na rua apenas durante a noite.
Seria no mínimo estranho, uma aberração. Até os dias de hoje, cerca de 500 milhões de pessoas ao redor
do mundo sofrem com a doença.
O Médico e o Monstro, livro do escritor inglês Robert-Louis Stevenson, baseia-se na lenda da licantropia, é a
história de um médico que é um homem normal, mas em determinados momentos transforma-se em um
monstro capaz de atrocidades. Tanto a lenda dos lobisomens quanto dos vampiros tem uma ligação muito
forte com a sexualidade, com a quebra da pureza. Os vampiros, ao se transformarem, perdem a pureza
virginal, são seres do mal. Os lobisomens são monstros sexuais, estupram, saciam-se da carne. O sexo
sempre foi visto pelos países cristãos como um pecado, como algo profano. Eis aí o motivo pelo qual seitas
relativas a bruxaria e à magia negra proliferam-se ainda hoje na Europa. São realizadas festas e rituais
regadas a vinho, um poderoso estimulante sexual, onde são reverenciados os seres sobrenaturais, como os
lobisomens.
A lua tem uma importância tão grande para a sexualidade da humanidade quanto o falo. A lua de mel é o rito
de consumação da modernidade. O psicanalista Sandor Ferenezi, discípulo de Freud, estudou a influência
do ciclo lunar sobre os impulsos sexuais agressivos, Partindo de registros hospitalares e policiais concretos
há um claro aumento de acidentes e assassinatos entre a lua cheia e a lua nova.
